O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e
Ciência do Porto foi a instituição que registou mais pedidos de
patentes. Em 2018, entidades portugueses registaram 220 pedidos de
patentes no EPO, o que representa um crescimento de 46,7%, de acordo com
o comunicado enviado às redações.
As tecnologias na
área dos transportes, química e farmacêutica foram importantes para esta
evolução. “O principal crescimento dos pedidos de patentes com origem
em Portugal junto do EPO ocorreu na área dos transportes (800%), o que
engloba a indústria automobilística, engenharia química e química
alimentar (estas últimas ambas com mais 200% de pedidos)”, pode ler-se
no documento.
Olhando para as organizações
que mais pedidos submeteram percebe-se que o Instituto de Engenharia de
Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência do Porto (INESC Porto)
foi a instituição que mais pedidos realizou ao longo dos 12 meses do ano
passado. Foram nove no total, o que ajuda a explicar que o norte do
país tenha sido responsável, em 2018, por cerca de 40% dos pedidos de
patentes com origem em Portugal, mais 35% do que em 2017. A segunda
entidade que mais pedidos submeteu foi a Novadelta-Comércio e Indústria
de Cafés, com sete pedidos.É já quase uma tradição que a empresa
apresente pedidos para garantir a propriedade intelectual das suas
descobertas.
Apesar de em 2017 não estar
presente na lista das cinco organizações nacionais que mais pedidos
fizeram, em 2016 a companhia tinha apresentado 12 pedidos. E em 2015,
cinco. Além destas duas entidades, a Oli Sistemas Sanitários, a
Universidade de Évora e a Universidade do Porto, submeteram, cada uma,
seis pedidos em 2018. “Contrastando com a maioria dos países europeus,
entre as cinco principais entidades portuguesas que apresentaram pedidos
de patentes estão três laboratórios de investigação e instituições
académicas. Este dado sublinha a relevância das patentes europeias na
proteção dos investimentos em Investigação e Desenvolvimento (I&D)
das instituições académicas”.
Em
comunicado, António Campinos, presidente do EPO, afirma: “É com muito
agrado que vejo o número de pedidos de patentes crescer de forma tão
vigorosa no meu país. Estes últimos resultados anuais e o crescimento
substancial dos pedidos de patentes de Portugal são um sinal da
crescente força do país na inovação, investigação e desenvolvimento. As
patentes são essenciais para fortalecer a competitividade do país e das
suas empresas e um pré-requisito para o crescimento e a criação de
empregos”. Pedidos crescem na Europa No total, no ano passado, o EPO
recebeu 174.317 pedidos de patentes no Velho Continente, o que se traduz
num aumento de quase 5% face a 2017.
As firmas dos 38
estados-membros registaram mais de 3,8% de pedidos de patentes do que em
2017, “o que constitui o crescimento mais significativo nas patentes
europeias desde 2010”. Já os pedidos de patentes oriundos da China – a
segunda maior economia do mundo – expandiram quase 9% – valor mais baixo
deste país nos últimos cinco anos. “Os Estados Unidos da América
permanecem o país de onde é originário o maior número de pedidos de
patentes, com cerca de 25% do total dos pedidos apresentados em 2018,
seguindo-se a Alemanha, o Japão, a França e a China”. Aliás, a maioria
dos países europeus registou mais pedidos de patentes no EPO em 2018,
relativamente a 2017, com excepção da França e da Finlândia (menos
3,8%). “A tecnologia médica permanece a área técnica com mais pedidos de
patentes apresentados ao Instituto Europeu de Patentes (registou mais
5% em 2018), mantendo-se a comunicação digital e as ciências da vida em
segundo e terceiro lugar, respetivamente”.
Entre as
empresas, a germânica Siemens foi quem mais registos apresentou: 2.493
pedidos de patente. A segunda entidade foi a chinesa Huawei que, em
2017, ocupava precisamente o primeiro lugar do pódio e a firma alemã o
segundo.